Há no processo político
brasileiro um curioso paradoxo. A população exige avanços nas políticas
públicas, mas apoia os partidos e medidas conservadoras.
O PT eleito para mudar o cenário de
desigualdades se converteu em uma força conservadora. Sua função era
desestabilizar a mesmice política e criar um novo cenário institucional, mas a
ânsia de poder anulou sua força renovadora.
As eleições municipais de 2016
deverão montar as peças no tabuleiro das eleições presidenciais de 2018. Os
eleitores ao escolher o prefeito e os vereadores irão pré-indicar quais serão os
partidos que terão força política para concorrer à presidência da República e
cumprir as exigências das ruas.
O PSDB se distanciou da
socialdemocracia defendida por Franco Montoro, Mário Covas e assumiu
compromissos mineiramente regressistas. O PMDB está envolvido com o PT em um
abraço de afogado. Este quadro partidário possibilita a emergência de um
aventureiro montado em um partido de aluguel, em 2018.
O que não se pode é anunciar a extinção
da política. O esgotamento de um ciclo político abre oportunidades para
intensificação das manifestações populares, sejam de direita ou de esquerda. Os
protestos tendem a tornar mais acirrados caso as reivindicações não forem
atendidas e, a repressão, mais violenta.
Este é o legado para o Estado.
Que o poder Judiciário combata radicalmente a corrupção e colocar na cadeia os
corruptos. Que o poder Executivo atenda as demandas da coletividade e não se
deixe levar pelo brilho ilusório do poder. Que o poder legislativo recupere sua
respeitabilidade.
Edélcio Vigna, doutor em Ciências Sociais
edelcio.evo@gmail.com
(Publicado na Folha de Ourinhos)
edelcio.evo@gmail.com
(Publicado na Folha de Ourinhos)
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