1 de fev. de 2016

A estrutura de oportunidade política e cultural: a criação da Rede Brasileira de Integração dos Povos (Rebrip)


A estrutura de oportunidade política e cultural: a criação da Rede Brasileira de Integração dos Povos (Rebrip)[1]

https://docs.google.com/document/d/10QDVt6AWTmNGfrYZ5Fgp5IjCdSE4kdqEPu5qTGsK9JE/edit


Edélcio Vigna
Doutorando no Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas (CEPPAC), vinculado ao Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Brasília (UnB). 2015.

RESUMO
O foco deste artigo é analisar a partir do enfoque relacional como a estrutura de oportunidade política e ameaças - enquanto um dos conceitos que constituem a teoria do processo político - foi percebido por diversos atores sociais e como essa percepção contribuiu para a criação da Rede Brasileira de Integração dos Povos (Rebrip). No sentido de ampliar o escopo da teoria da ação coletiva incorporei algumas das observações críticas das teorias racionalistas e culturalistas, a fim de obter uma perspectiva mais dinâmica e cultural da teoria do processo político.
Palavras-chave: Rebrip; Aliança Social Continental; redes transnacionais; sociedade civil; comércio; redes sociais; ação em dupla escala; teoria do processo político, racionalismo, culturalismo.
INTRODUÇÃO[2]:
A última década dos anos de 1990 trouxe inúmeras novidades no campo das ações coletivas. As organizações sociais brasileiras, impulsionadas por uma nova conjuntura política, não só se multiplicaram (Scherer-Warren, 2006:111; Gohn, 2011:338), mas também começaram a se manifestar em blocos heterogêneos. A defesa dos direitos já conquistados na Constituição de 1988 e a necessidade de conquistar novos direitos, tais como sexuais, raciais, identitários entre outros, ganharam espaços nas agendas das redes, fóruns ou articulações sociais.  

Globalização e Integração Regional

https://drive.google.com/drive/folders/0B6SvzY3stmtTNjJlNmZiYWQtMzY5Ni00Yjg2LThkNzItYjY4ZDk3ZmJmNGRm
Globalização e Integração Regional[1]


Edélcio Vigna
Doutorando no Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas (CEPPAC), vinculado ao Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Brasília (UnB).


RESUMO
Este artigo se propõe a relacionar, do o ponto de vista do conceito de sistema-mundo moderno de Wallerstein e da teoria de processo político de Tarrow e Tilly, a questão da integração regional latino-americana com os desdobramentos do processo de globalização e a emergência de redes nacionais e internacionais latino-americanas. O processo de normatização do mercado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), protagonizados pelas grandes corporações e Estados centrais, estimulou a criação de redes nacionais às redes regionais e transnacionais, que incidiram sobre as negociações comerciais em pauta nas rodadas de Doha e OMC.
Palavras-chave: Sistema-mundo, Immanuel Wallerstein, teoria do processo político, Sidney Tarrow, Charles Tilly, Rebrip; Aliança Social Continental; redes transnacionais; sociedade civil; comércio; redes sociais; ação em dupla escala.


 “A descoberta de que a terra se tornou mundo, de que o globo não é mais uma figura astronômica, e sim o território no qual todos se encontram relacionados e atrelados, diferenciados e antagônicos – essa descoberta surpreende, encanta e atemoriza”.
Octávio Ianni, 1995:13.
I)             Introdução
Para que esse encantamento temeroso de Ianni continue se realizando muitos processos deverão se desdobrar na história do capitalismo, que se apresenta como um modo de produção material e imaterial com pretensões de se internacionalizar há mais de cinco séculos. O modo de produção capitalista promove e é promovido pela contínua revolução da indústria e das formas de distribuição e consumo, associado aos saltos qualitativos na área da comunicação e informação, reinventou fronteiras e redesenhou o mapa mundial sem dissolver os Estados nacionais. Carlos Eduardo Martins afirma que, de acordo com a teoria da hegemonia compartilhada, os “Estados nacionais continuam a serem os atores fundamentais da realidade em que vivemos” (2001:17). Essa capacidade do capitalismo de articular mecanismos hegemônicos sem necessariamente destruir os modos de produção e as culturas tradicionais facilitou a expansão capitalista que vai se impondo por meio da escala de produção global. O capital, ao se impor em todas as dimensões, repagina o mapa mundial do século XX, ao desbaratar os impérios coloniais e abrir espaços para novas formas de exploração que começam a se consolidar no século XXI. Esses processos de internacionalização estabelecem novos marcos de regulação, que tem como base os tratados internacionais e os blocos de integração regional.