1 de mar. de 2016

O discurso político do representante da Bancada Ruralista sob a ótica de Bourdieu e de Malinowski


O discurso político do representante da Bancada Ruralista sob a ótica de Bourdieu e de Malinowski[1]

https://docs.google.com/document/d/1OaUh_GYgvmgSUMNeIJQXw8c3IaJcj4kXaDK4BDNtXlw/edit

Edélcio Vigna
Doutorando no Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas (CEPPAC), vinculado ao Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Brasília (UnB).
RESUMO
A proposta do artigo é analisar alguns discursos proferidos pelo deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), mentor da Bancada Ruralista, uma das suas lideranças mais expressivas e simbólicas, sob um duplo olhar teórico: o do funcionalismo e do praxiológico, que tem como objeto as relações entre as estratégias do discurso e as estruturas estruturadas que o envolve, atualiza e reproduz as condições de sobrevivência dos diversos campos de forças politicas que se atritam no Congresso Nacional. A proposição de articular alguns conceitos de dois modelos teóricos – o funcional e o praxiológico – pode confirmar a importância da transdisciplinaridade para o exercício analítico de discursos políticos.
Palavras-chaves: Bancada Ruralista, Ronaldo Caiado, teoria funcional, teoria praxiológico, discurso, Bourdieu, Malinowski.
1.    Introdução
A proposta do artigo é analisar alguns discursos proferidos pelo deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), que é o mentor da Bancada Ruralista e é sua liderança mais expressiva e simbólica, a partir de um duplo olhar teórico: o do funcionalismo e do praxiológico. Para a Teoria Funcional, de Bronislaw Malinowski (1970), a comunidade política é formada por indivíduos, partidos e grupos parlamentares de pressão, que constituem uma unidade funcional concreta que pode ser observada como um agrupamento social definido, que neste caso se trata da Câmara dos Deputados do Congresso Nacional brasileiro. A Bancada Ruralista, por sua vez, pode ser compreendida como uma “unidade funcional”, que “pode ser observada como um agrupamento social definido” e, portanto, “é uma unidade real enquanto não pudermos enumerar seus fatores abstratos bem como traçar concretamente uma linha em torno dela” (Malinowski, 1970:148-149).